De quem é a culpa?
- Luiz Ferrari
- 17 de mai. de 2016
- 3 min de leitura

Esta é uma pergunta que tem se apresentado nas orientações e atendimentos que realizo. Uma das características da dinâmica desta doença é o conflito, por isso eu lhe pergunto: O que vai resolver achar um culpado para este “problema”? O sentimento de culpa tem o incrível poder de paralisar qualquer tipo de ação que deve ser tomada pelas pessoas envolvidas nesta dinâmica.
O início da mudança está em não querer mais arrumar culpados. Passa por admitir a sua responsabilidade e compromisso com a mudança. Observe que a resistência inicial está em buscar ajuda. As famílias envolvidas têm vergonha, medo e raiva de mexer na raiz da dependência, pois o problema não é a droga (licita ou ilícita) e sim uma serie de comportamentos regidos por crenças disfuncionais enraizadas neste núcleo familiar, seja ele “funcional ou disfuncional”.
Inicie sua caminhada vencendo a dificuldade em dar o primeiro passo, que nada mais é do que procurar ajuda e começar a quebrar o orgulho. No fundo as famílias acham que alguém ou algum milagre vai mudar esta situação e tudo se transformara num “passe de mágica”, sem a sua ação direta isso não vai acontecer. Perceba que é uma forma que a existência tenta te chamar para o agora e para o seu despertar.
Vamos colocar o problema das drogas um pouco de lado. Vamos refletir nos seus desconfortos ou frustrações, é possível que você carregue isto a muito tempo. Aqui vão alguns exemplos:
O relacionamento que não anda bem.
As dificuldades profissionais e financeiras.
A aquela frustração mais profunda e que de certa forma faz você querer cuidar de alguém e com isso ter uma boa desculpa para adiar a realização de seus sonhos e objetivos.
Chegou a hora da honestidade, é hora de parar de jogar areia na engrenagem da vida para que ela volte a fluir de forma harmoniosa. Pare eobserve, a ação de promover mudanças é o que as leis espirituais nos ensinam. Lembre-se da pergunta do início. “De quem é a culpa? ” Agora você pode muda-la. Que tal se perguntar. “De quem é a responsabilidade? ” Quando você aceita o desafio de trocar a culpa pela responsabilidade, ocorre uma mudança, é neste momento que você percebe o problema de se auto sabotar, de não abrir mão da possibilidade de ser livre e deixar o outro livre. A liberdade tem uma grande força de alavancar mudanças na vida das pessoas. O controle da vida dos outros é uma ilusão. Algumas pessoas utilizam-se de drogas para ter algum “prazer”. Outras, tentam cuidar de forma doentia de alguém, criando um ciclo de inconsciência e prazer. As ataduras emocionais do controle são uma forma de buscar segurança no lugar errado, elas criam um ciclo de destruição, que se algo não for feito produz um sério risco de um colapso físico e emocional. Comece a refletir na possibilidade de encontrar as respostas dentro de si. E não fora de si, ou seja, em coisas ou pessoas que normalmente são os culpados por sua vida não estar como o desejado. As famílias que se envolvem na recuperação aumentam bastante as chances de sucesso do tratamento, pois aquele que despertar primeiro ajuda o outro a acordar também, você deixa de alimentar a sua dependência e consequentemente não alimenta a do outro. Lembre-se que o conflito esteve presente durante algum tempo e ele vai bater em sua porta muitas vezes, porém você estará habilitando-se através do conhecimento e da pratica de uma programação simples. O simples começa assim, mude liberte-se e a consequência disso e libertar o outro e deixar que ele também assume esta responsabilidade, desta forma, interrompendo o jogo de acusação e culpa.Minha sugestão é um convite para você “experênciar” este caminho de maneira consciente, se conseguir vencer suas resistências posso lhe afirmar que não vai querer voltar para aquela posição novamente. O primeiro passo é harmonizar a razão com a emoção. Feito isso, acontecera o equilíbrio em suas ações. Busque ajuda com profissionais capacitados não entre no barco do desespero, chegue aos grupos de mutua ajuda, não julgue observe os possíveis desconfortos e continue com persistência. Eu lhe garanto que você receberá as “chaves da transformação”.“Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro acorda”
Carl Gustav Jung
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